No mercado imobiliário, assistiu-se a uma recuperação significativa nas transações de alojamentos. Com efeito, de acordo com os dados disponíveis, entre janeiro e setembro de 2024, o número de transações de habitações familiares cresceu 8,5%, totalizando 111.111 imóveis, e o montante ultrapassou os 23,6 mil milhões de euros, um aumento de 13,6%, face ao mesmo período anterior. A recuperação nas transações refletiu-se numa valorização do imobiliário, apurando-se um aumento de 9,8% do Índice de Preços da Habitação no terceiro trimestre do ano, evidenciando o impacto da procura no crescimento dos preços. Paralelamente, o valor mediano da habitação para efeitos de avaliação bancária atingiu os 1.747€ por metro quadrado em dezembro, refletindo um crescimento de 13,7%, em termos homólogos. Esta dinâmica foi acompanhada por um aumento de 37% no financiamento bancário para aquisição de habitação, que totalizou 17.792 milhões de euros.
No que concerne ao licenciamento municipal, assistiu-se também a uma evolução favorável em 2024, com um aumento global de 7,6% nas licenças emitidas e de 4,9% no número de fogos licenciados em novas construções que totalizaram 34.117 alojamentos.
Para 2025, as previsões apontam para a continuidade do crescimento, com uma estimativa de aumento do VBP entre 1,5% e 3,5% no segmento dos edifícios residenciais. Estas projeções dependem da estabilidade da economia, do avanço dos investimentos previstos no PRR e no Portugal 2030 e da evolução das taxas de juro.
No entanto, apesar do cenário positivo, persistem desafios importantes. É essencial agilizar a execução dos investimentos públicos em habitação previstos, promover uma maior disponibilização de mão de obra, continuar o processo de simplificação administrativa dos licenciamentos, e reduzir a carga fiscal incidente sobre a construção e o imobiliário, designadamente no que concerne à aplicação da taxa reduzida de IVA para um conjunto mais alargado de obras de reabilitação e de construção de habitação, incentivando a criação de mais oferta habitacional.
Deste modo, após um ano pautado pela recuperação e pelo crescimento, o verdadeiro desafio para 2025 será garantir que esta evolução se traduz num desenvolvimento sustentável e equilibrado, com recurso a uma maior cooperação entre entidades públicas e privadas, que permita agilizar projetos, otimizar recursos e acelerar a resposta às necessidades, sobretudo na área habitacional. Para isso, será fundamental aumentar a oferta, promover a reabilitação urbana e reforçar a eficiência energética do edificado, contribuindo para cidades mais acessíveis, inovadoras e ambientalmente responsáveis.
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