Áustria participa na Rebuild 2025 para partilhar o seu modelo de habitação social

Rebuild 2025, a cimeira de referência sobre a industrialização da construção, que terá lugar de 23 a 25 de abril no Ifema Madrid, terá a Áustria como país convidado para a sua oitava edição. Um país cuja capital, Viena, foi classificada pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com o seu índice de habitabilidade, como a cidade com a melhor qualidade de vida do mundo, segundo a empresa de análise de mercado Economist Intelligence Unit (EIU). Este reconhecimento foi alcançado graças a uma série de fatores, incluindo a sua oferta imobiliária.

Viena é uma referência para a política de habitação a nível da UE. De facto, a sua Câmara Municipal é a maior proprietária de casas da Europa. Neste sentido, mais de 60% dos habitantes vivem em apartamentos propriedade da administração local ou por ela subsidiados. Especificamente, de acordo com os dados partilhados pelo município, do total de 420 000 apartamentos financiados pela autarquia, 220 000 são próprios e 200 000 são propriedade de cooperativas, ou seja, organizações sem fins lucrativos que desenvolvem e gerem habitação a preços acessíveis, mas com apoio público.

Graças a este stock consolidado, combinado com o controlo dos preços de mercado e a promoção de normas de proteção dos inquilinos, o valor das rendas na cidade manteve-se acessível. Assim, como indica o Property Index 2024 da Deloitte, o preço médio das rendas na capital austríaca é de 10,5 euros por m², muito abaixo de Londres - a cidade mais cara - com 33,8 euros por m²; de Dublin, que atinge 31,5 euros por m²; ou de Barcelona, que se situa nos 30,6 euros por m².

Este fenómeno estende-se a outras cidades do território, como Graz ou Salzburgo, que tentaram igualmente manter a sua oferta de habitação a preços acessíveis durante um século. Assim, o país conseguiu que uma em cada quatro habitações seja pública, ficando apenas atrás da Holanda no ranking europeu.

Mas o sucesso da Áustria em matéria de habitação não se limita apenas aos objetivos de habitabilidade, abrangendo também objetivos de qualidade. Assim, os empreendimentos devem satisfazer normas específicas de excelência em termos de eficiência energética, materiais e espaços comuns. Este facto posiciona a opção social como uma alternativa excecional, que não se dedica apenas a grupos vulneráveis, mas que também se estende a outros segmentos da população, como os profissionais.

Com o objetivo de analisar o modelo de habitação social que a Áustria promoveu e partilhar a sua estratégia atual para continuar a ser um líder no panorama europeu, uma delegação do país, chefiada pelo embaixador do país em Espanha, Enno Drofenik, estará presente na Rebuild 2025. A ele se juntarão Richard Bandera, consultor comercial da Advantage Austria, e representantes da cidade de Viena, no Congresso Nacional de Arquitetura Avançada e Construção 4.0, o maior fórum de tendências do setor que se realiza no âmbito da cimeira, para partilhar oportunidades de colaboração público-privada e analisar o trabalho dos governos para garantir o acesso a uma casa.

De acordo com o formato Rebuild, a Áustria também estará presente na área de exposição do evento, com cerca de dez empresas da região a apresentarem os seus mais recentes produtos num espaço dedicado que ocupa cerca de 120 m². Algumas das empresas que se vão reunir são a Baumit, especialista em isolamento térmico exterior; a iDM, pioneira da bomba de calor; a KLH, Knapp, Mosser, Tilly e Wiehag, dedicada ao trabalho da madeira; a Loytec, que fornece produtos para aplicações de automação de edifícios; ou a Tiger Coatings, que oferece revestimentos em pó, entre outras.

Por sua vez, a cidade de Viena escolheu a Rebuild como uma das paragens do seu roadshow europeu, apresentando a exposição 'O modelo vienense de habitação social - uma história de sucesso'. Após a sua paragem em Ljubljana (Eslovénia), a exposição estará disponível na feira.