Bruno Fileno, Senior Business Development Manager da Topcon Positioning Systems Europe
08/04/2024Todos os dias recebemos notícias sobre os esforços realizados pelas empresas responsáveis para reduzir as emissões e a utilização de recursos naturais para que o seu funcionamento seja sustentável, ou sobre a redução de tempos ou esforços dos colaboradores para melhorar a sua sustentabilidade e dar maior retorno aos seus investidores. Estas melhorias, indispensáveis para o planeta e muito importantes para o crescimento das empresas, por vezes conseguem-se graças a uma liderança forte e comprometida com o futuro, ao integrar novas tecnologias que, ao aumentarem a eficiência, conseguem promover a modernização na forma de trabalhar dos diferentes setores.
A construção, incluindo tudo, desde a edificação até a criação e manutenção de infraestruturas, representa 12% do PIB mundial. Por conseguinte, é um setor-chave para o crescimento das diferentes economias e a melhoria das condições de vida das pessoas por meio de empregos de qualidade, assim como para a redução do impacto ambiental da humanidade no nosso planeta, sendo que 47% das emissões de CO2 têm a sua origem na construção.
Neste contexto, a tecnologia de posicionamento de ponto preciso é essencial para uma construção mais sustentável e eficiente. Além disso, dado o seu rápido retorno, é extremamente rentável. A utilização de sistemas de geoposicionamento de última geração para a topografia, o controlo de máquinas e o mapeamento, através de GPS, GNSS, permite sempre eliminar erros, reduzir a utilização de materiais, produzir menos resíduos e limitar o consumo de energia. E, no entanto, no meu trabalho diário como executivo da Topcon, um dos maiores fornecedores do mundo de sistemas de posicionamento de ponto preciso, continuo a ouvir os encarregados de obra a dizer que preferem fazer as coisas “como sempre”.
Eu percebo. É fácil entender que um investimento tecnológico é sempre uma decisão que encontra resistência entre os gestores mais tradicionais. Frequentemente, estas posições devem-se sobretudo à falta de informação/consciencialização e à ausência de apoios, dois fatores que dependem mais dos governos e instituições, do que de uma preferência real.
Organizações como as Nações Unidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e iniciativas como a Business Ambition 1,5º para evitar que o aumento da temperatura do planeta ultrapasse os 1,5 °C em 2030, os quais estão acessíveis aos pequenos e médios empresários, promovem esta consciencialização e proporcionam uma orientação para a implementação de melhorias para a sustentabilidade de setores e empresas. No entanto, ainda é necessário fazer mais esforços de cofinanciamento por parte dos governos. As ajudas pós-Covid da União Europeia, com o plano Next Generation, conseguiram aproximar esta possibilidade em alguns países europeus, mas ainda há muito para fazer em outras regiões do mundo.
Em suma, o geoposicionamento de precisão, na topografia e nas suas diversas aplicações, é uma oportunidade para melhorar a sustentabilidade de setores-chave, como a construção. Estes setores irão continuar a crescer em resposta ao crescimento da população mundial e precisam de aproveitar todas as oportunidades que a tecnologia proporciona para limitar as suas emissões através da eficiência. A adoção destas soluções deve, pois, ser considerada uma prioridade para melhorar a rentabilidade das empresas e permitir-lhes aumentar a sua contribuição para a proteção do planeta e das pessoas.
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