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Informação para a Indústria de Construção Civil, Obras Públicas e setor mineiro
Atividade de construção na Europa recupera, mas guerra na Ucrânia deverá ter impacto

Construção: FIEC divulga relatório estatístico 2022

Redação Induglobal28/06/2022

A Federação Europeia da Indústria da Construção (FIEC) apresentou o seu 65º Relatório Estatístico Anual, onde é apresentada uma visão geral da evolução da indústria da construção na União Europeia (UE) em 2021 – ano em que a indústria da construção começou a recuperar dos efeitos da pandemia de Covid-19, que teve um impacto devastador no setor em vários Estados-Membros da UE.

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“O setor de construção, que já se havia mostrado mais resiliente do que outros setores no ano anterior, também começou a recuperar com forte crescimento no primeiro semestre de 2021. No geral, o investimento total em construção aumentou 5,2%”, diz Rüdiger Otto, FIEC Vice presidente de Assuntos Económicos e Jurídicos, comentando a divulgação do Relatório Estatístico da FIEC.

Rüdiger Otto, Vice presidente de Assuntos Económicos e Jurídicos da FIEC
Rüdiger Otto, Vice presidente de Assuntos Económicos e Jurídicos da FIEC.

Em 2021, o PIB da UE cresceu 5,3% após uma contração de 5,9% no ano anterior. No entanto, mesmo com o abrandamento dos efeitos da Covid na economia, persistem vários problemas que afetam a indústria da construção, nomeadamente a oferta e os preços dos materiais de construção. A guerra em curso na Ucrânia já está a ter um forte impacto nas cadeias de abastecimento e nos preços das matérias-primas e da energia.

Em 2022, o investimento na construção deverá retomar o crescimento a uma taxa de 2,4% e este crescimento deverá ser observado em quase todos os Estados-Membros da UE. Todos os segmentos - construção de novas habitações, renovação, construção não residencial e engenharia civil - deverão continuar a crescer, embora a um ritmo inferior ao do ano anterior.

O emprego total na construção aumentou 2,8% em relação a 2020. O crescimento também é projetado na maioria dos países para este ano.

No entanto, as atividades de construção já estão a ser impactadas pela guerra na Ucrânia, o que significa que as projeções para este ano provavelmente mudarão, enquanto as de médio prazo permanecem incertas.

Report de atividade geral de construção em Portugal

Após a queda sem precedentes de 8,4% sofrida pelo PIB em 2020, a economia portuguesa recuperou e cresceu 4,8% em 2021.

Em 2021 todas as componentes do PIB registaram uma evolução positiva com destaque para a forte recuperação da procura interna, que representou 65% do crescimento do PIB (em pontos percentuais e líquido de importações) ao longo de 2021.

O consumo privado cresceu 5,0% em 2021, após uma queda, sem precedentes nas últimas décadas, de 7,1% em termos reais, no ano anterior. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuperou da queda de 2,7% sofrida em 2020, crescendo 4,9% em 2021, resultado da forte recuperação do investimento em máquinas e material de transporte, mas também do comportamento positivo do investimento na construção. De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Nacional de Estatística (INE), estas duas componentes cresceram, em termos reais e até setembro de 2021, +10,4% e +2,1%, respetivamente.

Variação percentual do investimento em termos reais em relação ao ano anterior

Variação percentual do investimento em termos reais em relação ao ano anterior.

De acordo com as previsões do Banco de Portugal, a economia portuguesa deverá continuar a crescer nos próximos anos, ainda que moderadamente. Assim, o Banco de Portugal antecipa um crescimento do PIB de +5,8% em 2022, +3,1% em 2023 e +2,0% em 2024.

Em linha com a evolução positiva do PIB, o mercado de trabalho registou uma evolução favorável ao longo de 2021, com um crescimento do emprego total (+2,7%) e uma redução da taxa de desemprego de 7,0% para 6,6% entre 2020 e 2021.

Em relação aos preços, houve, em 2021, um aumento de 1,3% no índice de preços ao consumidor.

Seguindo as estimativas da FEPICOP, a produção do setor da construção cresceu, em termos reais, 4,3% em 2021.

Em 2021, à semelhança do ano anterior, o setor da construção demonstrou uma elevada resiliência aos constrangimentos causados ??pela pandemia de Covid-19, tendo as empresas assegurado um elevado nível de produção.

Registou-se em Portugal, no ano de 2021, um volume de investimento em construção na ordem dos 23 mil milhões de euros.

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Setor da construção com grande aumento de empregabilidade

Após um longo período de recessão que começou em 2002 e se estendeu até 2016, a produção do setor da construção tem vindo a crescer desde 2017 e tem sido acompanhada por um aumento no número de trabalhadores da construção, de 290.000 (em média) em 2016, para 305.400 trabalhadores (em média) em 2021. Diante de 2020, o emprego na construção cresceu 2,8%, acima do emprego total da economia, que aumentou 2,7%.

Em resultado do aumento do emprego na construção ao longo de 2021, verificou-se uma redução do desemprego do setor da construção, superior ao registado para o desemprego total (-15,4% e -14,2% respetivamente).

No final de dezembro e de acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), estavam inscritos nos centros de emprego 20.500 desempregados da construção, representando 6,5% do total de desempregados registados (316.000). Face ao mês homólogo do ano anterior, este número total resulta de um decréscimo de 52.400 desempregados, enquanto na construção se registaram menos 3.700 desempregados.

O emprego total na economia deverá crescer 1,6% em 2022 e 0,5% em 2023, enquanto a taxa de desemprego deverá cair para 6,0% em 2022 e para 5,7% em 2023.

A produção do setor da construção deverá aumentar +3,3% em 2022, com o segmento de construção de edifícios a crescer 1,6% e o segmento de engenharia civil a aumentar 5,2%.

Report de construção de habitação em Portugal

Em 2021, o volume de produção no segmento residencial cresceu cerca de 4,5%, em termos reais.

Tal como no ano anterior, o segmento residencial manteve um elevado nível de procura, tanto nacional como internacional, e continuou a beneficiar de taxas de juro historicamente baixas. Como resultado, as empresas que operam neste segmento de atividade apresentaram um desempenho muito favorável, nomeadamente as que realizam obras de reparação/manutenção em edifícios residenciais.

Assim, as obras de reparação e manutenção continuaram a assumir o papel mais dinâmico no segmento residencial, crescendo a uma taxa de 5,2% em termos reais, enquanto a produção de construção de habitação nova aumentou 4,5% face ao ano anterior em termos reais. Esta evolução reflete uma aceleração do ritmo de crescimento e deverá resultar da retoma de várias decisões de investimento que tinham sido adiadas em 2020 na sequência da pandemia de Covid-19.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de novas licenças de habitação durante o ano de 2021 atingiu 27,8 mil, refletindo um aumento de 11,1% face ao ano anterior, enquanto as novas conclusões de habitação cresceram 15,4% até setembro de 2021 (com 14.235 conclusões até ao momento).

Número de licenças de construção em construção residencial
Número de licenças de construção em construção residencial.

Em linha com a evolução das conclusões de habitação, os dados de vendas de habitação refletem um aumento acentuado em 2021, tanto em número como em valor global de transações, face a 2020. Até ao final de setembro de 2021, foram transacionados 153,1 mil fogos -ano), num montante total de 24,9 mil milhões de euros, valor 33,3% superior ao observado no mesmo período de 2020, segundo dados do INE.

A maior parte das transações (85%) refere-se a casas já usadas, com o seu número a aumentar 27,0% face ao período homólogo de 2020. Por outro lado, também as transações de casas novas registaram um aumento acentuado de 17% no número de transacções, face ao ano anterior.

Para 2022, as previsões apontam para uma evolução positiva de +3,3% na produção do segmento de construção residencial, após 2 anos com um ritmo mais moderado (+4,5% em 2020 e em 2021).

Ambas as componentes deste segmento deverão crescer ao ritmo da atividade em 2022, com a componente de obras de manutenção/reabilitação a crescer mais intensamente do que a componente de construção nova (+6,0% e +5,1%, respetivamente).

Report de construção não residencial em Portugal

Em 2021, a produção do segmento de edifícios não residenciais aumentou 0,9%, sendo esta fraca evolução resultado direto da contração sofrida na produção da sua componente privada.

Tal como no ano anterior, a componente privada deste segmento registou um decréscimo no seu volume de produção (-1,0% face a 2020), enquanto a componente pública teve um desempenho positivo, com um crescimento real de 4,0%.

O desempenho desfavorável da componente privada deverá resultar do abrandamento, ou adiamento, de vários projetos na sequência da desagregação, ou mesmo paragem, de diversas atividades económicas nas áreas do comércio e turismo, ao longo do período de pandemia Covid19. Assim, as licenças de construção não residencial (metros quadrados) diminuíram ao longo de 2021, -11,0% até ao final de novembro (foram aprovados 2,2 milhões de metros quadrados), face ao período homólogo do ano anterior.

As licenças de construção de edifícios para fins comerciais foram as que registaram a evolução mais negativa no período analisado, -41,1% em termos homólogos, seguidas da área aprovada para construção de edifícios destinados à agricultura: -27,7%. A área aprovada para edifícios industriais diminuiu 8%, mas manteve-se, no entanto, como o principal destino da área aprovada até novembro de 2021: 32,8% do total.

A área licenciada para turismo registou o maior aumento (+54,3%) e foi o quarto maior destino de licenças não residenciais, 11,7% do total, atrás da área aprovada para edifícios comerciais (16,5%) e, como já referido, o área aprovada para edifícios industriais, que representou 32,8% do total.

Relativamente à evolução da componente pública deste segmento da construção, é importante destacar a evolução favorável do investimento público em 2021, que registou uma taxa de crescimento anual de 22,7%, de acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério das Finanças. Em 2021, o valor global deste investimento ascendeu a 6,4 mil milhões de euros, sendo que uma parte significativa deste investimento se materializou em obras de construção.

A produção de construção não residencial deverá aumentar 1,7% em volume em 2022, quase duplicando a evolução estimada para o ano anterior.

Ambas as componentes deste segmento deverão evoluir positivamente em 2022, com um crescimento mais moderado da atividade da sua componente privada (+0,5% em termos reais, após -1,0% no ano anterior) e uma evolução mais significativa na produção de edifícios públicos não residenciais (prevê-se uma taxa de crescimento de +3,5%, após uma evolução de +4,0% estimada para 2021).

Report de engenharia civil em Portugal

Em 2021, entre os vários segmentos do setor da Construção, a engenharia civil deverá ter registado o crescimento mais significativo (+6,0% em volume, face a 2020), assumindo assim o principal contributo para a evolução muito positiva que o setor da construção revelou ao longo do ano.

De acordo com os dados do “Observador do Mercado Público”, o mercado de obras públicas registou um desempenho negativo em 2021 face a 2020, mas refira-se que este ano se revelou particularmente favorável, com um crescimento significativo, quer ao nível das licitações, quer no o número e o valor dos contratos. Assim, mesmo com as quebras homólogas em 2021, a verdade é que os valores absolutos calculados ao longo do ano assumiram máximos de toda a série, excluindo 2020.

A evolução esperada para a produção do segmento de engenharia civil em 2022 é muito positiva e reflete um reforço da taxa de crescimento desta componente face ao ano anterior, passando de +6,0% estimado para 2021 para um aumento previsto de +3,3% em 2022. Com este crescimento, o valor da produção deste segmento deverá corresponder a cerca de 48% da produção total prevista para o Sector em 2022.

Esta previsão otimista assenta tanto na expectativa do peso do investimento público no fortalecimento do PIB (de 2,5% em 2021 para 3,0% em 2022, segundo as previsões da Comissão Europeia) como no aumento da utilização de financiamento comunitário que Portugal recebe de vários Programas de Fundos Comunitários (Portugal 2020, Portugal 2030, PRR – Programa de Recuperação e Resiliência).

Por outro lado, verificou-se um aumento muito significativo dos valores associados ao mercado de obras públicas no período 2020/2021, face aos apurados nos anos imediatamente anteriores, o que se espera que resulte, já em 2022, em um volume de obras significativamente superior ao observado nos últimos anos. Desta forma, prevê-se um crescimento de +3,3% na produção do segmento de engenharia civil em 2022.

Consulte o relatório completo aqui.

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