BO9 - EngeObras

ENTREVISTA 15 Olhando para o mercado interno, qual o balanço que fazem do primeiro semestre do ano? O mercado interno tem mostrado sinais positivos, com um aumento na procura impulsionado pelo crescimento da construção civil. As empresas do setor estão a sentir os efeitos positivos desse crescimento, embora ainda enfrentem desafios, como a escassez de mão-de-obra e o agravamento dos custos de contexto. Em termos de mão de obra sabemos que vários setores enfrentam dificuldades, não sendo portanto um problema exclusivo do setor da mineração e extração mineira. Qual o ponto de situação neste momento no setor? Já se conseguiu equilibrar o défice de mão de obra? Como está a lidar o setor com esta escassez? A indústria extrativa em Portugal, tal como outras indústrias, enfrenta desafios relacionados com a escassez de mão de obra qualificada e dificuldade de fixar talentos. As empresas estão a investir em programas de formação e em melhorias nas condições de trabalho para atrair e reter trabalhadores. A situação está a melhorar gradualmente, mas o equilíbrio completo ainda não foi alcançado. Quais as perspetivas para este ano em termos de inovação? Em que medida consideram que a utilização da Inteligência Artificial e a IoT irão mudar o setor? A inovação no setor está também focada na adoção de tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e em Internet das Coisas (IoT). Estas tecnologias prometem transformar o setor, otimizando processos de extração, melhorando a segurança e reduzindo os custos operacionais. Entre os projetos de inovação neste campo, incluem-se o desenvolvimento de sistemas de monitorização em tempo real e a automação de processos. Que projetos ou iniciativas destacam ainda para este ano e próximo, que tenham como finalidade última a promoção do setor? Por um lado, demos continuidade ao Projeto Conjunto de Internacionalização do setor reforçando a presença coletiva das empresas nos principais certames mundiais da pedra natural, desde os Estados Unidos, à China e Itália, tendo ainda neste âmbito previstas iniciativas de promoção da qualidade da pedra portuguesa e do know-how desta indústria em eventos distintivos, designados por About Portuguese Stone, a decorrer em Chicago, Nova Iorque, Polónia, Londres e Japão. Por outro lado, e de forma mais abrangente, inspirados na pedra e nos setores tradicionais nacionais, iniciámos a dinamização de um trabalho com diferentes clusters portugueses, através de uma abordagem experimental de junção de diferentes materiais - com o crivo da sustentabilidade – com o objetivo de aproximar não só profissionais do design a estas indústrias, como colocar os vários setores e PMEs associadas em diálogo, de forma a transferir conhecimento e melhor inteligência económica na competitividade nos mercados internacionais, para gerar atratividade para a pedra portuguesa e para Portugal. Apoiada pelo PRR e enquadrado na Agenda Verde Sustainable Stone by Portugal, surge assim a marca Broot, sob a qual estamos a produzir peças de design que sublinham o protagonismo da pedra portuguesa, por um lado, e por outro que dialoguem com diferentes materiais, técnicas, contextos e indústrias dando a conhecer, através de uma estratégia de comunicação massiva internacional, novas dimensões na utilização da pedra nacional e da nossa indústria. Esta marca, lançada a dia 12 de julho em Santarém, no II SUMMIT StonebyPORTUGAL, será uma mais valia de promoção internacional do setor junto de segmentos de luxo e de maior valor, prevendo-se iniciar um percurso internacional de promoção que decorrerá entre 2024 e 2025, começando na Arábia Saudita já em setembro, passando por Paris, Nova Iorque, Milão e terminando no Pavilhão de Portugal da Expo Osaka 2025, no Japão. Finalizando, qual o balanço que fazem do último ano em termos de exportação de pedra natural e quais as perspetivas de evolução do setor para 2025? O último ano foi positivo em termos de exportações, cujo comportamento final se manteve com valores idênticos a 2022, melhor ano de sempre do setor, apesar dos desafios económicos globais. A guerra Rússia-Ucrânia, o mais recente conflito no Médio Oriente entre Israel e Hamas, e instabilidade política de algumas das principais economias mundiais devido às eleições nos Estados Unidos, França e Reino Unido têm provocado alguma instabilidade económica e geopolítica à escala global, pelo que as perspetivas para 2024 e 2025 são ainda bastante incertas. n “Até abril, o setor exportou 151 milhões de euros, tendo transacionado cerca de 575 mil toneladas de produto”

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