BO6 - EngeObras

15 GRANDES INFRAESTRUTURAS O Alto Tâmega, com 160 MW, é a última das três centrais que compõem o complexo do Tâmega. As outras duas, Gouvães, uma central de armazenamento por bombagem de 880 MW, e Daivões, com 118 MW, estão em funcionamento desde 2022. A barragem do Alto Tâmega está agora totalmente concluída. Trata-se de uma grande barragem de dupla curvatura em abóbada com 104,5 m de altura, 220.000 m3 de betão e 335 m de comprimento de coroamento. Por razões construtivas e térmicas, a betonagem da barragem foi realizada em 21 blocos que, por sua vez, estão divididos em secções de dois metros de altura. A betonagem completa da barragem demorou menos de dois anos e foi concluída no final de 2022. Nesta primavera, procedeu-se à injeção das juntas de construção da barragem, uma vez que o betão no local arrefeceu durante o inverno e a abertura entre as juntas é maior. Desta forma, quando os espaços entre os blocos forem preenchidos, a barragem adquire o seu carácter monolítico e é possível iniciar o enchimento. O túnel de desvio do rio foi encerrado em Agosto, altura em que se iniciou a construção de um tampão de betão de 28 metros de comprimento, que irá garantir o encerramento do túnel durante toda a vida útil da instalação. Entretanto, o caudal do rio continua a passar pelos descarregadores de fundo da barragem. Após a conclusão destes trabalhos, a albufeira do Alto Tâmega - com uma área de 468 ha e um volume de 132 hm3 -, será finalmente enchida, fornecendo a água necessária para a produção de eletricidade renovável na central do Alto Tâmega, situada no sopé da barragem, equipada com dois grupos, com uma potência total de 160 MW. A construção desta grande barragem, com aproveitamento hidroelétrico no sopé, é o culminar de um grande trabalho de conceção e execução por parte de uma vasta equipa interdisciplinar da Iberdrola, que foi diretamente responsável pelo licenciamento, planeamento, engenharia, supervisão da construção, colocação em funcionamento, questões ambientais, relações com as entidades afetadas do Estado português, relações com as comunidades locais, execução dos serviços afetados e uma grande variedade de outras questões, necessárias para construir uma instalação desta magnitude dentro do prazo e do calendário previstos. Entretanto, a montagem eletromecânica da central continua a decorrer sem problemas, de acordo com o calendário previsto. As turbinas de ambas as unidades já estão completamente montadas e os geradores encontram- -se numa fase muito avançada de montagem. Após o enchimento do reservatório durante este inverno, a primeira sincronização de um grupo com a rede está prevista para janeiro de 2024 e a central entrará em funcionamento comercial em março de 2024. De referir ainda que a criação da albufeira do Alto Tâmega implicou, entre outros aspetos: • A substituição dos serviços afetados. Entre outros, duas pontes, cada uma com cerca de 150 m de comprimento, 16 km de estradas de acesso, um percurso pedonal de 9 km, 4 km de linhas elétricas, 5 km de linhas telefónicas, a adaptação de uma estação de tratamento de águas residuais, etc. • Medidas de compensação para os sistemas ecológicos, enquadradas na DIA do projeto. Exemplos destas medidas são a reflorestação de mais de 1.000 ha, a plantação de 17.000 sobreiros, ações para melhorar as populações de flora e fauna protegidas, etc. Tudo isto foi possível graças a uma colaboração estreita e constante com as autoridades nacionais e municipais, as comunidades locais e outras entidades estatais envolvidas. O complexo hidroelétrico do Tâmega é uma das maiores iniciativas energéticas da história de Portugal, com um investimento total de mais de 1,5 mil milhões de euros e uma potência instalada de 1.158 MW, dos quais 880 são reversíveis. n Fonte: Iberdrola

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