BO5 - Engeobras

5 AICCOPN: Obras públicas com crescimento expressivo nos primeiros cinco meses do ano Concursos de empreitadas de obras públicas promovidos ascendeu a 2655 milhões de euros. Os dados do último Barómetro das Obras Públicas, divulgado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas – AICCOPN – revelam que, nos primeiros cinco meses do ano, foram promovidos concursos de empreitadas de obras publicas no montante de 2.655 milhões de euros, valor que corresponde a um expressivo crescimento de 78%, face aos 1.489 milhões de euros apurados no período homólogo. Até ao final do mês de maio, os contratos de empreitadas celebrados e reportados no Portal Base, no âmbito de concursos públicos, totalizaram 809 milhões de euros, montante que traduz umaumento de 47% em termos homólogos. Quanto aos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados em resultado de Ajustes Diretos e Consultas Prévias os números da AICCOPN indicam que os mesmos atingiram, de janeiro a maio, 231 milhões de euros, o que corresponde a uma variação de 45% face ao apurado no período homólogo. O total de contratos celebrados nos primeiros cinco meses do ano situou-se nos 1110 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 47% face ao montante apurado no mesmo período do ano anterior. EDITORIAL A Euroconstruct, representada no mercado português pela consultora Tecninvest, apresentou recentemente o seu relatório de verão sobre a situação da construção na Europa, com dados muito significativos sobre as tendências que este setor está a seguir no nosso país. De uma forma geral, o adiamento de novos investimentos e o atraso dos programas de melhoria de infraestruturas públicas em curso colocam Portugal num dos piores lugares em termos de contribuição do investimento público para o PIB, que se situa abaixo dos 3%, juntamente com Espanha e Bélgica. No entanto, o setor da construção tem vindo a aumentar o seu contributo para a Formação Bruta de Capital Fixo do país, tendo mantido o seu crescimento em 2022, embora a um ritmo mais moderado. O valor acrescentado da indústria da construção atingiu cerca de 23,8 mil milhões de euros em 2022, mais 3,5% em termos homólogos, prevendo-se que cresça mais de 2% este ano. O índice de produção da construção publicado pelo INE registou emmarço uma taxa de crescimento de 4,1% em termos homólogos e um aumento encadeado de 1%, sendo a sua expansão impulsionada sobretudo pelo segmento das obras civis. Neste segmento, foram concluídos cerca de 19,7 mil fogos em 2022, o que coloca a construção residencial num ritmo de crescimento de 3,7%. Prevê-se que o número de fogos a concluir este ano siga um padrão mais lento (2%). O segmento da habitação reabilitada, que registou um aumento considerável na última década, especialmente nos centros históricos de Lisboa e Porto, encontra-se atualmente numa deriva negativa. Simultaneamente, os preços das casas em Portugal continuam a aumentar acima da média europeia. Em relação a 2013, o aumento foi de 64%, 22 pontos percentuais acima dos +44% da média europeia. Entre 2019 e 2021, a área de superfície agregada dos edifícios licenciados no mercado não residencial diminuiu. No entanto, no último ano, recuperou 14%, seguida de um aumento mais modesto de 6% na área útil construída durante o mesmo período. Por conseguinte, a previsão para 2023 e anos futuros mantém-se inalterada. A longo prazo, prevê-se um crescimento mais dinâmico da construção de edifícios logísticos, de escritórios e comerciais (incluindo hotéis e resorts) e que o setor da saúde mantenha a sua atual tendência de expansão. Os edifícios industriais deverão recuperar um pouco mais tarde. Já os edifícios de instituições de ensino, podem vir a registar uma recuperação mais rápida graças à disponibilidade de financiamento da UE. No que respeita à engenharia civil, as taxas de crescimento foram revistas em alta. A afetação pelo Governo de cerca de 20% do Fundo de Recuperação e Resiliência disponíveis para infraestruturas de transportes está a gerar algum otimismo, particularmente no segmento ferroviário. Ainda assim, a execução dos programas de investimento será condicionada pela escassez de fundos públicos, pelo aumento dos custos de construção devido à inflação e pela persistência de perturbações em alguns canais de abastecimento. Por isso, a previsão para este segmento é conservadora, na ordem dos 2%, com o subsetor ferroviário a apresentar a tendência mais robusta. Questões de fundo no setor da construção

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx