BO5 - Engeobras

17 ANÁLISE DE MERCADO Para 2023, as previsões apontam para uma evolução positiva de +3,0% na produção de construção residencial, o crescimento mais baixo dos últimos 8 anos. A principal razão para este crescimento mais moderado resulta da tendência expetável de subida das taxas de juro e dos custos dos materiais ao longo do ano. Ambas as componentes deste segmento deverão registar um crescimento ao longo de 2023, com a componente de construção nova a crescer mais intensamente do que a componente de obras demanutenção/reabilitação (+3,4% e +2,5%, respetivamente).. CONSTRUÇÃO NÃO RESIDENCIAL Em2022, a produção do segmento dos edifícios não residenciais registou um aumentode 1,0%(+0,9%no ano anterior). Após dois anos emque o desempenho da componente privada foi desfavorável, em2022 registou-se uma recuperação da área licenciada para construção nova de edifícios não residenciais. Assim, ao longo de 2022, foram aprovados 2,9 milhões de m2, o que refletiu um aumento de 14% face ao ano anterior. As licenças para a construção de edifícios para fins comerciais foram as que registaram a evolução mais positiva em 2022, +75% em termos homóloFonte: FIEC Em 2022, o volume de produção no segmento residencial cresceu cerca de 3,7%, em termos reais. gos, seguindo-se a área aprovada para a construçãode edifícios para agricultura: +36%. A área aprovada para edifícios industriais registou um aumento de 15%, mantendo-se como o principal destino da área aprovada: 32%do total. Relativamente à evolução da componente pública deste segmento da construção, é de salientar a evolução favorável do investimento público em 2022, que registou uma taxa de crescimento anual de 6,1%, de acordo comos dados disponibilizados pelo Ministério das Finanças. Em 2022, o montante global deste investimento atingiu 6,7 mil milhões de euros, sendo que uma parte significativa deste investimento se materializou em obras de construção. A produção de construção não residencial deverá registar um aumento de 0,7%emvolume em2023, um ritmo maismoderado do que a evolução estimada para o ano anterior. Ainda assim, ambas as componentes deste segmento deverão registar uma evolução positiva ao longo de 2023. ENGENHARIA CIVIL Em 2022, entre os vários segmentos do setor da construção, a engenharia civil deverá ter registado o crescimento mais acentuado (+4,5%emvolume, face a 2021), assumindo-se como o principal contributo para a evolução positiva que o setor da construção revelou ao longo do ano. De acordo comos dados do “Observador do Mercado Público”, o mercado das obras públicas registou um desempenho negativo em 2022, tal como já tinha acontecido em 2021. O número de propostas diminuiu 16,0% e o valor 3,3%, enquanto o número de contratos assinados diminuiu 32,5% e o valor 29,3% durante o ano. A tendência prevista para a produçãodo segmento da engenharia civil em2023 é positiva, refletindo um reforço da taxa de crescimento homólogo desta componente, passando de uma estimativa de +4,5% em 2022, para um aumento projetado de +5,0%em2023. Comeste crescimento, prevê-se que o valor da produção deste segmento corresponda a cerca de 48,5% da produção total prevista para o setor em 2023. Esta previsão otimista assenta quer na expetativa do peso do investimento público no crescimento do PIB (de 2,6% em 2022 para 3,0% em 2023, de acordo com as previsões da Comissão Europeia) e no aumento da utilização dos financiamentos comunitários que Portugal recebede vários programas dos fundos comunitários (principalmente Portugal 2030 e PRR - Programa de Recuperação e Resiliência). PREÇOS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO A partir de 2021 e prolongando-se até 2022, registou-seumaumentoacentuado do preço da maioria dos materiais de construção em Portugal. As estimativas para as variaçõesmédias anuais dos custos de construção (incluindo mão de obra, materiais e equipamentos utilizados na construção) apontavampara +9,7% em 2021 e +13,3% em 2022, com os aumentos dos preços dos materiais assumemo principal contributo para a variação total dos custosdeconstrução. n

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