No passado dia 28 de junho, foi apresentado publicamente o protocolo assinado entre o Centro de Formação Profissional CICCOPN e as contrutoras Casais, Mota-Engil e Teixeira Duarte, para a instalação de contentores dormitórios nas instalações do Centro, destinados a alojar formandos provenientes dos PALOP.
Este acordo pioneiro facilita a disponibilização de alojamento destinado a jovens provenientes dos PALOP, num momento em que o setor precisa de 80 mil trabalhadores.
A cerimónia oficial decorreu nas instalações do CICCOPN, na Maia, tendo contado com a presença, entre outros, de António Carlos Rodrigues (CEO da Casais), Manuel Teixeira Duarte (Presidente da Teixeira Duarte), Miguel Boavida (Administrador da Mota-Engil), Manuel Reis Campos (Presidente da AICCOPN), Rui Valente (Diretor do CICCOPN), Carla Alexandra Vale (Delegada Regional do Norte do IEFP) e Paulo Ramalho (Vereador da Câmara Municipal da Maia e Deputado da Assembleia da República).
Num momento em que o setor carece de aproximadamente 80 mil trabalhadores qualificados, três das maiores empresas nacionais, todas elas presentes no continente africano, unem esforços, pela primeira vez, para captar mais jovens para a área da construção. O compromisso agora firmado prevê o fornecimento de contentores dormitórios, para incrementar a capacidade de alojamento do Centro, assim como o acolhimento dos formandos nas empresas para a formação prática em contexto de trabalho.
Desde 2021, o CICCOPN já recebeu cerca de 120 jovens dos PALOP, na sua maioria vindos de São Tomé e Príncipe. A partir de setembro de 2022, são esperados jovens oriundos de Moçambique, para os quais a instalação destes dormitórios será também muito importante. As formações frequentadas pelos jovens têm a duração de dois anos e meio e, no final, conferem a equivalência ao 12.º ano português e uma qualificação profissional nas respetivas áreas de formação (Eletricidade, Técnico/a de laboratório, Informática, entre outros).
Rui Valente, Diretor do CICCOPN, deu conta de que “é expectável que cheguem mais jovens ao longo dos meses. Prevemos, entre setembro e outubro, iniciar mais ações de formação com mais jovens, quer de São Tomé, quer de Moçambique. Há uma intenção de promover a qualificação profissional para o setor da Construção Civil através destes jovens, que vêm para Portugal e que podem ficar no mercado de trabalho português”.
Por seu lado, Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), recordou que o setor da construção civil necessita de 80 mil trabalhadores, lamentando que estejam cerca de 26 mil desempregados deste segmento com registo nos centros de emprego “e que não estão a ingressar na atividade”.
Já António Carlos Rodrigues, CEO da Casais, revelou que “quando se fala nos quase 200 000 formandos que já passaram pelo CICCOPN, é necessário multiplicar o número ‘por dez’ porque, na verdade, todos os trabalhadores que saíram desta escola foram para o contexto de trabalho e formaram outros tantos trabalhadores”.
Manuel Teixeira Duarte, Presidente da Teixeira Duarte, acrescentou que “o protocolo é muito relevante porque acreditamos que o futuro passa pela melhoria das condições dos trabalhadores do setor da Construção Civil. Se queremos aumentar o rendimento, temos de aumentar as qualificações e as competências”
Por fim, Miguel Boavida, Administrador da Mota-Engil, explicou que “a importância deste protocolo é, de facto, podermos elaborar um número infindável de créditos reconhecidos na formação de jovens dos PALOP, mas que são formados em Portugal, para trabalhar em Portugal”.
engeobras.pt
Engeobras - Informação para a Indústria de Construção Civil, Obras Públicas e setor mineiro